Para entender a Evolução 

"No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1:1). Este é o embasamento da maneira de um cristão ver o mundo (visão do mundo). Está em contraste com a teoria geral da evolução. A palavra "evolução" é um termo significativo na sociedade moderna. Ela representa a principal idéia de como todos os animais e pessoas deste mundo vieram a existir em sua condição presente.

Ouve-se o termo constantemente. Está nas notícias, na televisão, nas escolas. É pronunciado usualmente de tal modo que o faz soar como se a teoria fosse um fato comprovado. É-se levado a pensar que somente aqueles que são supersticiosos ou não muito inteligentes o rejeitam.

Precisamente, o que é a teoria da evolução? Queremos ter uma definição firme da teoria de modo que se possa estar equipado para discutir o assunto de maneira adequada. Definições apropriadas servem como estrutura sólida da qual partir para a discussão de qualquer assunto. Se duas pessoas usam o mesmo termo, mas não lhe atribuem o mesmo significado, elas não se entenderão, e haverá uma falha na comunicação. Com definições adequadas, as pessoas podem se entender e se comunicar umas com as outras. Isto é o que os cristãos deverão procurar fazer (veja Provérbios 18:13; 1 Pedro 3:15).

Macro vs. Micro

Há, atualmente, dois conceitos diferentes do termo evolução dentro do contexto do debate sobre a teoria evolucionista. Algumas pessoas podem não perceber isso. Como resultado, elas podem ser levadas a acreditar que "evolução" é um fato comprovado porque foi demonstrado pela ciência. Contudo, um entendimento de duas idéias diferentes pode ajudar a esclarecer o assunto. Os dois termos que expressam estas idéias são macroevolução e microevolução.

Macroevolução se refere ao processo no qual normalmente se pensa quando se ouve o termo "evolução". Ele descreve as mudanças que supostamente ocorreram em escala maciça, como indica o prefixo "macro". Isto também é referido como "Teoria Geral da Evolução". É também, às vezes, chamado "Darwinismo" porque foi a teoria popularizada por Charles Darwin no século XIX. Ele se tornou a principal idéia científica de como todas as coisas vivas chegaram ao seu estado presente.

Macroevolução é a idéia de que todas as formas de vida atuais (plantas e animais) se desenvolveram durante bilhões de anos a partir de um ancestral único e comum, como resultado de processos não guiados. Ela se refere a "mudanças nos tipos de animais e plantas da terra, mudanças que aconteceram durante longos períodos de tempo, com novas formas substituindo as velhas" (Raven e Johnson 367).

A idéia é mais ou menos assim: em algum ponto do passado, bilhões de anos atrás, uma explosão (freqüentemente chamada "Big Bang") deu origem ao planeta Terra. Entre os elementos químicos presentes neste planeta recém-formado estavam aqueles que tornariam a vida possível. As condições estavam bem certas, e um único organismo vivo se desenvolveu a partir de uma "sopa primordial" na terra. Outros organismos provieram deste único e começaram a adquirir várias características em resposta ao seu ambiente. Por causa de sua capacidade para se adaptar e mudar, novas espécies apareceram e as mudanças continuaram.

Através do processo de "seleção natural" (sobrevivência do mais apto) durante estes bilhões de anos, todos os organismos vivos evoluíram para o seu estado presente. Dai em diante, em grande escala, novos organismos e novos tipos se originaram dos mais velhos, junto com grandes episódios de extinção. Isto responde pela existência de todas as formas de vida sobre a Terra. Quando se fala de evolução, usualmente refere-se a isto.

Microevolução, também conhecida como "Teoria Especial da Evolução", refere-se a mudanças menores, limitadas, dentro de uma "espécie" ou tipo de planta ou animal. Dentro de uma dada espécie de animal, há variações que aparecem de geração em geração. Por exemplo, dentro da família dos animais conhecidos como cães, pode-se observar muitas variações diferentes. Muitas raças existem com características que podem ser facilmente notadas, distinguindo uma raça da outra. Elas são pequenas ou grandes, e de todos os diferentes tamanhos, cores e temperamentos. Mas são todos cães. A evidência de variações limitadas é prontamente vista, mas a evidência de que elas se originaram de uma "espécie" diferente está faltando.

Agora, eis aqui o que acontece: os Darwinistas apelam freqüentemente para a microevolução como prova da macroevolução. Eles crêem que a microevolução fornece o mecanismo para a explicação de como a macroevolução ocorre. Mas ao assim argüir, raramente usam os prefixos macro e micro. Pode-se dizer, "a evolução tem sido demonstrada ocorrendo em testes de laboratório. Então, a evolução é verdadeira". Mas isto é enganador. O que isto quer dizer é: "a microevolução foi mostrada ocorrendo", o que é verdade e pode ser observado. Então, dão um salto argumentando que, portanto, a macroevolução é verdadeira. Aqui está onde existe o problema. A microevolução é verdadeira, mas a única coisa que mostrá-la prova é que mudanças limitadas correm dentro de dadas espécies. Então, quando alguém diz que "a evolução é verdadeira" pergunte o que significa "evolução". Esta é uma distinção significativa que precisa ser feita.

De um ponto de vista bíblico, o conceito de mudanças limitadas dentro de uma espécie é aceitável. A Bíblia ensina que tudo foi criado segundo sua espécie (Gênesis 1). Isto inclui a humanidade. Contudo, de Adão e Eva (ou mais tarde, Noé e sua família) se originaram todos os vários grupos étnicos e as diversas nações (Atos 17:26). Deus colocou dentro de Adão e Eva o acervo genético necessário para realizar todos os vários tipos de povos. Contudo, todos os descendentes de Adão e Eva não deixam de ser humanos! Nunca algo que não seja humano veio de descendentes de humanos. Isto é verdadeiro para todas as espécies de plantas e animais. Assim, a Bíblia permite a variedade dentro das espécies, mas não permite que as espécies se cruzem para dar novas espécies. Até onde vai a ciência, vemos apoio para o que a Bíblia admite (micro), mas apenas suposições e afirmações dogmáticas para o que a Bíblia não admite (macro).

Uma teoria sem Deus

É importante entender que o Darwinismo é uma teoria que não admite a presença de Deus. Alguns crêem que Deus pode ser acrescentado à teoria, admitindo o que é chamado evolução teísta mas isso mostra um mau entendimento do conceito total da teoria evolucionista. Por definição, a teoria evolucionista exclui a idéia de um governo inteligente. Por exemplo, a Associação Nacional Americana de Professores de Biologia emitiu uma declaração oficial a respeito da evolução:

"A diversidade da vida na terra é produto da evolução: um processo natural não supervisionado, impessoal e imprevisível de descendência temporal com modificação genética que é afetada por seleção natural, acaso, contingências históricas e alterações ambientais" (citado em Johnson, 15).

Você pegou termos como "não supervisionado", "impessoal", "natural", e "acaso"? Quando os biólogos falam de evolução, não querem dizer um processo dirigido por Deus; eles falam de um processo não supervisionado, impessoal, envolvendo uma natureza impessoal e o acaso. Não há lugar para Deus. Toda a idéia de seleção "natural" exclui todas as coisas fora da natureza (Deus). Um livro de estudos de uma faculdade de biologia afirma, "Darwin foi capaz de chegar a uma teoria bem sucedida enquanto outros haviam fracassado porque ele rejeitou as explicações sobrenaturais para os fenômenos que estudava" (Raven e Johnson, 8). Julian Huxley, um campeão do Darwinismo, explicou a seleção natural como aquilo que "converte o acidente em desígnio aparente, o acaso em padrão organizado" (Huxley, 36). É tudo um caso aleatório.

Tudo é resultado de "acidente". Assim, se acrescentarmos Deus à mistura, então isto necessariamente muda toda a definição e conceito do evolucionismo. Por sua definição, o evolucionismo exclui Deus.

Algumas vezes, os evolucionistas argumentarão que não estão tentando dizer nada sobre religião ou Deus. Eles estão apenas tentando explicar a natureza. Contudo, quando usam os termos associados com a teoria evolucionista, tais como "acaso", "acidente", e "não supervisionado", estão dizendo que tudo existe à parte e sem Deus. Como evolucionista famoso, George Gaylord Simpson disse, "O homem é o resultado de um processo natural sem propósito que não o teve em mente". Isto é porque "os biólogos insistem em que a evolução tem que ser sem supervisão e porque os propósitos de Deus não são alistados entre as coisas que podem ter afetado a evolução" (Johnson 15). O naturalismo (também às vezes chamado materialismo), a doutrina de que a natureza é tudo o que existe, é a visão do mundo primária dos evolucionistas. Se eles admitirem que Deus tinha algo a ver com isso, toda a sua visão do mundo precisará mudar.

Ao mesmo tempo dever-se-ia ver que o evolucionismo está em desacordo com aqueles que aceitam e acreditam na Bíblia. É inerentemente contraditório tomar uma posição que está baseada na noção de Deus não estar envolvido e então tentar firmar-se numa posição que necessariamente envolve Deus. Toda a doutrina da evolução é baseada em Deus não ser uma parte do processo pelo qual a vida animal e vegetal chegou a existir no presente estado.

Em resumo

Primeiro, é importante entender a distinção entre macroevolução e microevolução. Microevolução (mudanças limitadas dentro de uma espécie) é tanto cientifica como biblicamente válida. Macroevolução (mudanças em larga escala através das espécies) não foi comprovada. O engano está em argumentar que desde que a microevolução é verdadeira, logo a macroevolução também é verdadeira. Estes são dois assuntos inteiramente diferentes.

Segundo, deve-se saber que macroevolução é uma teoria baseada no naturalismo, o que significa que ela é uma teoria "sem Deus". Toda essa teoria se originou da pressuposição de que Deus nada tinha a ver com o desenvolvimento da vida animal e vegetal. Por causa disto, os naturalistas usam tais termos como: "sem objetivo", "aleatório" e "acidental". Não se deixe enganar pensando que a evolução é apenas outra maneira de explicar como Deus fez o mundo.

-por Doy Moyer

Obras citadas:
Huxley, Julian. Evolution in Action. New York, NY: Mentor Books, 1953.
Johnson, Phillip E. Defeating Darwinism by Opening Minds. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1997.
Raven, Peter H and George B. Johnson. Biology. St. Louis: Times Mirror/Mosby College Publishing, 1989.

Fonte: www.estudosdabiblia.net